Sunday, November 9, 2014

* Ena, ena...para quem quiser ver, aqui fica a entrevista que dei à Diana do "Portuguese girl witn American dreams"*

FRIDAY, NOVEMBER 7, 2014

Entrevista #12 Portugueses nos EUA


Entrevista a Sara, ex-Au Pair.

Em que cidade e estado viveste nos EUA?
Eu vivi em Rye, Nova Iorque

Quanto tempo viveste nos EUA?
Vivi lá durante 1 ano e 1 semana.

Como surgiu a ideia de viver nos EUA?
Olha, foi uma ideia muito engraçada. Primeiro, porque sempre dizia aos meus pais que quando acabasse a universidade ia morar para Nova Iorque; segundo, porque Nova Iorque foi sempre a cidade que quis conhecer e com a qual me identificava e terceiro, porque a minha madrinha trabalha no Ministério da Educação e houve um dia que chego a casa e disse: "Sara!!! Estive com uma rapariga que é responsável por este programa (Au Pair) em Portugal e acho que é ideal para ti. É para ires para os Estados Unidos e ainda por cima trabalhares com crianças". Eu não pensei duas vezes. Na altura andava a acabar a licenciatura e pensei que era a altura ideal para dar o salto para o desconhecido, sair da minha zona de conforto, tornar-me mais autónoma e crescer um bocadinho mais. Arrisquei. Comecei a fazer as entrevistas, a estudar inglês, e voi lá... consegui a minha sorte grande e ainda para mais para ir para NY. Amei. Nem queria acreditar quando "fechei" tudo com a família e quando me enviaram o bilhete de avião. No momento em que o avião começou a levantar voo, comecei a chorar como se não houvesse amanhã e só pensava no disparate que tinha feito... ia sozinha, não conhecia ninguém, não falava bem a língua, mas hoje grito para todo o mundo ouvir que FOI A MELHOR EXPERIÊNCIA DA MINHA VIDA!

Qual é a tua ocupação neste momento?
Neste momento sou Educadora de Infância.

Onde viveste existiam mais portugueses? 
Onde vivia não. Existiam brasileiras. Portugueses só mesmo nos estados vizinhos (pelo menos que eu tivesse conhecimento).

Como lidaste com a saudade? Do que sentiste mais falta?
A saudade foi terrível. Não há grande forma de lidares com isso, sentes imensa falta de tudo e de todos. Mas tentamos apaziguar esse sentimento da melhor maneira. Para além do famoso Skype e das cartas que iam trocando com as pessoas que me são importantes, tive a sorte de a minha mãe me tentar enviar ao máximo pequenas lembranças que me fizessem sentir um pouquinho mais perto de casa. Uma amiga minha também me foi visitar e, por vezes, aos fins-de-semana ia para a casa de uns familiares em Boston.
Lembro-me que para além da família e dos amigos, senti imensa falta da praia, dos pasteis de nata e travesseiros de Sintra, da comida da minha mãe, de cerelac (terrível eu sei!), de rafaelos (são aqueles chocolates maravilhosoooos) e de tomar café nos sítios de sempre.

Quais as ideias pré-concebidas que tinhas dos EUA e que mudaram assim que passaste a viver lá?
Para começar achei que ia ganhar montes de dinheiro (wake up... isso não é real. Ganhei algum, mas nada de extraordinário); pensei que houvesse mais pessoal gordinho do que realmente há (principalmente no sitio onde morava...era tu magricela); achei que as coisas eram muitooo mais baratas e nem são assim tanto e, acima de tudo achava que era um sitio perigoso e afinal de contas é tudo menos isso. Aliás, posso-me dar ao luxo de dizer que Nova Iorque, para mim, é mais seguro que Lisboa... principalmente durante a noite.

Foi fácil fazer amizade? Foste bem recebida?
Sim, sem dúvida. Não podia ter sido mais bem recebida do que o que fui. As pessoas são super acolhedoras e prestáveis, ajudam sempre mesmo que não o peças. São simpáticas e são tudo por tudo para que te sintas em casa.

Qual o ponto turístico favorito na tua cidade/estado?
Gosto de muitos. É difícil eleger apenas um...mas adoro o Central Park pela tranquilidade, harmonia e beleza que transmite e o Bryant Park pela simplicidade, pelo glamour que reflecte e pelo facto do meu pedido de casamento ter sido feito ai. Ahhh... sem esquecer a famosa "toy store" na 5ª Avenida e a Tiffanys, claro!

Como descreves a cultura americana?
Olha para ser muito sincera eu própria já me considero americana (cof, cof). Gosto de tudo, desde as comidas, às roupas :) No entanto, acho que são um povo muito exagerado, apressado e irritado. Andam sempre a correr de um lado para o outro, não têm tempo para nada e quando as coisas não correm como idealizam a frustração é constante. Por outro lado acho que têm uma mentalidade aberta, mas que estão muito formatados e não saem do quadrado que lhes está "geneticamente" delineado. (E  aqui sei que posso soar contraditória). São, tal como já havia mencionado, prestáveis e preocupam-se com o bem-estar dos outros, principalmente com quem vem de outra parte do mundo.

O que é que os EUA tem e que falta em Portugal e vice versa?
Em Portugal falta mais dinheiro; uma Abercrombie, uma Tiffanys e uma semana como a do Natal e Thanksgiving. Nos EUA, falta a gastronomia, a simplicidade/tranquilidade e a cultura portuguesa. Portugal é um país cheio de historia e com muita cultura, o mesmo não se pode dizer dos EUA.

Quais os teu planos depois de teres terminado o intercâmbio? Pretendes algum dia voltar a viver nos EUA? 
Regressei às origens. Onde sou feliz! Se penso em voltar aos EUA? Sim, claro. Mas viver lá para sempre esta, pelo menos por agora, fora de questão.

Do que tens mais saudades?
Tenho saudades dos amigos com quem vou falando, mas nunca mais vi; dos momentos partilhados; dos cheiros e dos sabores característicos; das estações do ano bem definidas; das decorações de Natal e da alegria da comemoração do Thanksgiving; das idas à biblioteca; dos cafezinhos tomados no Starbucks; dos sorrisos e gargalhadas que marcaram momentos importantes; dos abraços apertados e das lágrimas derramadas; de brincar na neve; das viagens ... de muita coisa. Mas lá está, há momentos para tudo e tudo tem o seu tempo. Se voltasse já não seria a mesma coisa...

Qual o conselho ou sugestão que dás para quem tem o mesmo sonho de viver/emigrar para os EUA. 
Nunca desistam dos vossos sonhos. Vale a pena arriscar, não deixem, nunca, que o medo vos impeça de tentar. E podem ir sem medos...vai ser a melhor experiência das vossas vidas.








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