Fiz a viagem da minha vida e agora regressei...

A minha pele continua intacta, o meu sorriso continua verdadeiro, o meu olhar continua brilhante. Sinto uma breve brisa passar-me no rosto, fecho os olhos e quero senti-la na mais profundeza de todos os meus poros, sou feliz, aliás, sou muito feliz. O tempo vai trazendo o desapego, a imensidão do escuro que por vezes se instala dentro de nós e nos remota para locais, gentes, histórias que já não são nossas, tempos que não passam de passado e peças valiosas de museu. Quero sentir tudo de uma vez, poder correr pela vida sem me preocupar se o amanha virá, ou por outro lado, como será, não quero ser uma viajante de malas pouco cheias e tristeza no olhar, daqueles viajantes que partem sem saber onde vão, simplesmente porque queremos fugir a todo o custo de uma vida que os atormenta. Quero ser uma viajante de mala cheia, de histórias para contar com um sorriso nos lábios e um brilho no olhar, quero partir na estrada longa da vida, à descoberta, mas sempre com um pequeno objectivo, quero ir em frente sem necessidade de fugir, porque no fim apenas estarei a fugir de mim mesma, e de mim mesma quero preservar o que sou.

Nao quero parar, quero ir em descoberta dos prazeres que rodeiam o Mundinho em que vivemos e que, queiramos ou nao, deixam em n'os um sentimento profundo de que o nao viajar 'e parar no tempo e por la permanecer...

----> Inspirado em "Por entre o Luar"