Sempre achei que quando a faculdade acaba-se iria ser tudo muito mais fácil. Não ter de acordar cedo para ir a certas aulas secantes, não ter de passar horas agarrada a livros com matéria dificil de interiorizar para passar naquele "maldito" exame, não ter de levar com professores e com colegas insuportáveis, não ter de fazer noitadas para acabar aquele projecto que tem de ser entregue no dia seguinte e não ter de ver ou de me cruzar com pessoas que tornam o meu dia bafiento e cinzento. Sim, isso pensava eu. Pensava eu anntes de me encontrar na realidade dos meus dias. Naqueles dias em que uma das melhores etapas da tua vida, VIDA DE ESTUDANTE, acaba e em que tens de acordar para a vida real e apostar numa postura muito mais madura, racional e responsável.
É ao aqui me encontrar que começo a achar que, afinal, crescer e ser 100% adulto não é assim tão divertido. É aqui que choro ao recordar o meu percurso académico, é aqui que morro de vontade de ter testes, exames, trabalhos e projectos para fazer. Sinto falta das noites mal dormidas, de apanhar comboios ás 7h da manhã, de entrar pla faculdade a dentro com cheiro a café e incenso, de me cruzar com quem quero e até com quem não quero. De ter aulas que me dão sono, de ter aulas que me enchem de sabedoria, de perder horas na biblioteca, de ir dormir com as amigas, das loucuras cometidas, dos erros feitos, do que disse e do que ficou por dizer. Tenho saudades do meu tempo de estudante, em que todos os dias aprendiamos algo novo e em que todas as Quintas-feiras tinhamos direito a vestir " a nossa CAPA PRETA" e, com ela, mostrarmos o "nosso poder" perante os mais novos.
Esta noite foi assim, fomos reviver o que ainda nos é tão vivo na memória. Fomos mostrar que apesar de já sermos licenciados e presenças assíduas no mundo dos Adultos, não nos deixámos apanhar pelo espírito "retardado" e continuamos a viver a vida como se não houvesse amanhã. Quando o dia: de optar por ficar em casa em vez de ir sair, beber chá em vez de beber "seringadas", ficar pla rua de baixo em vez de ir á descoberta do Mundo chegar...NÃO LHE FALES. VIRA AS COSTAS E FOGE!
E hoje a saudade bateu...e confesso que umas lágrimazitas por mim rolaram ao chegar ao Parque das Nações e ver tanta gente trajada, com cheiro a salas de aulas e com o pensamento coberto de trabalhos por fazer e matéria para estudar...
Que negra sina ver-me assim
Que sorte e vil degradante
Ai que saudades sinto em mim
Do meu viver de estudante
Nesse fugaz tempo de amor
Que dos rapazes era o melhor
Era um audaz conquistador das raparigas
De capa ao ar cabeça ao léu
Sem me ralar vivia eu
A vadiar e tudo mais eram cantigas
Nenhuma delas me prendeu
Deixa-las eu era canja
Até ao dia que apareceu
Essa traidora de franja
Sempre a tinir sem um tostão
Batina a abrir por um rasgão
Botas a rir, um bengalão e ar descarado
A malandrar com outros tais
E a dançar para os arraiais
Para namorar, beber, folgar, cantar o fado
Recordo agora com saudade
Os calhamaços que eu lia
Os professores da faculdade
E a mesa da anatomia
Invoco em mim recordações
Que não têm fim dessas lições
Frente ao jardim do velho campo de Santana
Aulas que eu dava se eu estudasse
Onde ainda estava nessa classe
A que eu faltava sete dias por semana
O Fado é toda a minha fé
Embala, encanta e inebria
Dá gosto à gente ouvi-lo até
Na radio-telefonia
Quando é cantado com calor
Bem afinado e a rigor
É belo o fado ninguém há quem lhe resista
É a canção mais popular
Toda a emoção faz-nos vibrar
Eis a razão de ser doutor e ser fadista!
Que sorte e vil degradante
Ai que saudades sinto em mim
Do meu viver de estudante
Nesse fugaz tempo de amor
Que dos rapazes era o melhor
Era um audaz conquistador das raparigas
De capa ao ar cabeça ao léu
Sem me ralar vivia eu
A vadiar e tudo mais eram cantigas
Nenhuma delas me prendeu
Deixa-las eu era canja
Até ao dia que apareceu
Essa traidora de franja
Sempre a tinir sem um tostão
Batina a abrir por um rasgão
Botas a rir, um bengalão e ar descarado
A malandrar com outros tais
E a dançar para os arraiais
Para namorar, beber, folgar, cantar o fado
Recordo agora com saudade
Os calhamaços que eu lia
Os professores da faculdade
E a mesa da anatomia
Invoco em mim recordações
Que não têm fim dessas lições
Frente ao jardim do velho campo de Santana
Aulas que eu dava se eu estudasse
Onde ainda estava nessa classe
A que eu faltava sete dias por semana
O Fado é toda a minha fé
Embala, encanta e inebria
Dá gosto à gente ouvi-lo até
Na radio-telefonia
Quando é cantado com calor
Bem afinado e a rigor
É belo o fado ninguém há quem lhe resista
É a canção mais popular
Toda a emoção faz-nos vibrar
Eis a razão de ser doutor e ser fadista!
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